quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PENSANDO UM POUCO SOBRE O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS...


Uma breve análise bíblica e teológica sobre o pecado e suas punições.

Já ouvi muitas pessoas dizerem: “Pra Deus não existe essa história de “pecadinho” e “pecadão”, tudo, pra Deus, é pecado do mesmo jeito”. Mas, o que a Bíblia fala sobre isso? Existe diferença de pecados? Todos os pecados cometidos são tratados por Deus de igual forma? E, como a igreja deve tratar os transgressores nos seus diferentes tipos de pecados cometidos?

Realmente, a Bíblia nos ensina que todos os pecados são abomináveis para Deus (Is 59.2). Deus odeia qualquer tipo de pecado (Sl 45.7). Todos os pecados foram tomados por Jesus para que pudéssemos ser perdoados e salvos. Jesus não carregou (em nosso lugar) somente os pecados “mais graves”, e, não foi somente pelos pecados mais “hediondos” que Jesus foi punido por Deus em nosso lugar, mas por todos os nossos pecados (Is 53.5, 10; 1Co 15.3).

Entretanto, quando Deus apresenta as suas leis, Ele estabelece graus de punição para os diferentes “tipos” de pecado que o ser humano comete. Por exemplo, no Antigo Testamento a punição para quem adulterava era a morte, assim como para os homicidas (Lv 20.10; Lv 24.17; Êx 21.14). Mas, para quem, por exemplo, que cometia o pecado do roubo ou da extorsão, não era punido com a morte da mesma forma que o adúltero e homicida (Lv 6.1-4). O nosso Senhor Jesus também parece ter ensinado algo semelhante quando disse aos fariseus que o pecado da blasfêmia contra o Pai e o Filho poderiam ser perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não há perdão (Mt 12.31).

Até mesmo no inferno, a Bíblia parece indicar que haverá graus de punição para os condenados, que serão proporcionais aos pecados cometidos na terra (Lc 12.47,48; Mt 16.27; Rm 2.6). E aos salvos, a Bíblia parece ensinar que estes também receberão, no céu, recompensas proporcionais às suas obras na terra (1Co 3.10-15; Ap 20.12; Ap 22.12; Tg 2.22; Mt 25.31-46; Lc 19.12-19; Mt 5.11,12; 6.19-21; Lc 6.35; Mc 9.41). Isso não significa que ele será salvo por essas obras, por que todos são salvos pela graça de Deus (Ef 2.8), através do sacrifício vicário de Cristo (Tt 3.4-7), mas essa recompensa está relacionada ao modo como o salvo respondeu a essa salvação enquanto esteve servindo a Deus aqui na terra (Fp 2.12).

A igreja parece seguir critérios semelhantes quando aplica punições para os seus membros faltosos. No Manual da Igreja Presbiteriana do Brasil, por exemplo, em seu Código de Disciplina, no capítulo III, Artigo 9º, diz que a disciplina eclesiástica é aplicada por modos diferentes que vai desde uma admoestação até a exclusão do membro faltoso. Também no artigo 13º, do mesmo capitulo, o Código de Disciplina diz que “as penas devem ser proporcionais às faltas...”

Assim, entendemos que, apesar de todo pecado ser odioso aos olhos do Deus santíssimo e ser suficiente para condenar qualquer um ao inferno, as consequências dos mesmos são condicionais às suas gravidades. Dizer que, para Deus, não existe “pecadão” e “pecadinho” tem a sua verdade, até certo ponto. Entretanto, isso não quer dizer que as punições serão iguais para todos.
                                                                           Com Amor,
Rev. Luiz Ancelmo

3 comentários:

  1. Publiquei esse texto no Boletim da IPC, no mês de junho deste ano.

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  2. Gostei muito desse texto, ontem na EBD de nossa igreja falamos sobre isso, expliquei que os pecados não são classificicados no que diz respeito a condenação eterna,mas que existe diferença na esfera terrena com relação aos pecados porém poucos concordaram, esse material vai ser de grande ajuda.
    abraços.

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    1. Olá "Anônimo", que bom que esse texto tenha te ajudado, e muito obrigado por sua visita. Você pode me dizer quem é você? Você pertence a que igreja? Um forte abraço!

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