quinta-feira, 14 de março de 2013

PENSANDO SOBRE A VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO...


"EDIFICAREI A MINHA IGREJA!"


“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus. Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo”. (Evang. de Mateus 16.13-20).

Aqui, Jesus explica aos discípulos o que é ser igreja e como ele a constitui.

Suas palavras se iniciam com uma pergunta: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” A resposta vem logo em seguida, no verso 14. A conclusão que se chega é que o povo, isto é, os ímpios, aqueles que não são igreja mas pelo contrário, se opõe a ela, não sabe quem de fato é Jesus. Em seguida ele faz a mesma pergunta, dirigindo-se aos discípulos: “Mas vós... quem dizeis que eu sou?” Aqui é interessante, porque nós só conseguimos entender a primeira pergunta quando ouvimos a segunda.  O que parece que Jesus quer mostrar é que não importa o que os ímpios acham dele, mas o que os seus discípulos pensam. Pedro é o primeiro a responder. Não porque ele é o mais importante de todos ou mais inteligente, mas representando a todos os demais. Notem que Jesus não faz essa pergunta a Pedro e sim a todos, usando a expressão “vós”. Pedro dá a resposta que Jesus queria, ele diz: “Tu és o Cristo...”

Mas, em seguida, Jesus diz a Pedro que aquela sua resposta não vinha dele mesmo, não era uma ideia criada pelo próprio Pedro ou pelos discípulos, pois ele diz “... não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu pai, que está nos céus”. A expressão “carne e sangue” quer dizer “cálculo, cogitação, intuição ou tradição meramente humanas”, ou seja, o que Pedro acabara de pronunciar não vinha de uma sabedoria humana e adquirida por uma mente inquiridora, mas vinha do Pai...

Após ouvir a declaração de fé de Pedro, Jesus explica o que essa declaração significa. No verso 18, Jesus faz uma espécie de trocadilho com o nome de Pedro e a palavra “pedra” para dizer uma única coisa: “edificarei a minha igreja...”

Todas as tentativas de mudar o foco do real propósito de Jesus aqui, como o de tentar explicar o que ele queria dizer quando fala de Pedro e depois de pedra, é inútil diante da poderosa frase “edificarei a minha igreja”.

Sua real intensão aqui é mostrar como ele pretendia edificar a sua igreja. Primeiramente ele diz que a sua igreja seria edificada sobre a rocha (pedra). O próprio Pedro, muito anos depois, nos informa o que significa essa rocha, em 1Pe 2.4-8. Em outras palavras, Jesus está dizendo que a sua igreja seria edificada através dele mesmo – é por isso que ele chama de “minha igreja”.

Mas a sua igreja seria edificada sobre um outro fundamento, menor que o primeiro, porém, também criado pelo pai, que é a declaração de Pedro.  Quando Pedro diz “tu és o Cristo” e Jesus responde a ele dizendo que quem revelara isso a ele fora o Pai, Jesus está nos ensinando que a sua igreja também é edificada sobre a confissão daqueles que seriam essa igreja, ou seja, todos aqueles que o pai revelar.

E ainda no verso 18 ele declara: “... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Em uma tradução mais literal, diz: “e as portas do Hades não terão poder sobre ela”. As portas do inferno representam Satanás e suas legiões irrompendo pelas portas do inferno a fim de assaltar e destruir a igreja. O que temos aqui é uma promessa da vitória, que se repete reiteradamente, da igreja de Cristo sobre as forças do mal (Jo 16.33; Rm 16.20; Ef 6.10-13; Ap 12.13-16; 17.14; 20.7-10).

Essas portas do inferno podem indicar tanto elas vindo contra a igreja como elas não suportando a força da igreja. Ou seja, quando a igreja se apresenta como tendo sido edificada sobre Cristo que é a rocha e sobre a confissão que todo crente verdadeiro profere, revelada pelo pai, ela tanto suporta as investidas do Diabo como também produz seus próprios ataques contra o inferno.

No verso 19, ele diz: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus...” Isso significa que a igreja edificada sobre a rocha e sobre a verdadeira confissão, realiza na terra o que nenhuma outra instituição pode realizar, isto é, ela pode, pela pregação do evangelho, tanto abrir as portas do céu (At 2.38, 39; 3.16-20; 4.12; 10.34-43) como fecha-las (At 3.23) – (Ver também a resposta para a pergunta: “Como é o reino do céu aberto e fechado pela pregação do santo evangelho?” na Confissão de Heidelberg, ‘Dia do Senhor 31’, resposta à pergunta nº 84).

“...o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. Aqui, “ligar” e “desligar” são termos rabínicos, que significam proibir e permitir. Ou seja, a igreja fundada e fundamentada sobre a Rocha, tem, pela Palavra de Deus e desde que ela esteja sempre baseando-se pela Palavra, o poder de proibir tudo aquilo que é contrário a Deus e sua Palavra, como permitir que tudo aquilo que emana de Deus e de sua Palavra sejam vividos e praticados.

CONCLUSÃO:

Foi assim que Jesus fundou (edificou) a sua igreja. Com todas essas maravilhosas declarações e características de uma verdadeira igreja, forte e vitoriosa. Mas, onde está essa igreja hoje?

Talvez você me responda: “Em meio a todos esses escândalos evangélicos, parece difícil enxergar a Igreja de Cristo entre nós”. E se essa for a sua resposta, eu tenho que admitir que você tem razão!

A Igreja de Cristo não pode ser isso que temos visto em nossos dias. O que temos visto hoje não é uma “igreja” que tem vencido os ataques infernais do Diabo. Muito menos uma igreja que tem, pela fiel pregação do evangelho, mostrado que está em suas mãos as chaves do reino dos céus. A igreja de nossos dias não consegue permitir ou proibir, pois é ela mesma que está fazendo o que não se pode e deixando de fazer o que se deve.

Mas, se Cristo de fato edificou a sua igreja como ele disse em Mt 16, então ela deve estar por aqui, em algum lugar, mesmo que escondida entre aquelas que se dizem ser igreja e não são, mas ela está aqui, ela existe.

Mas, onde podemos encontra-la e quais são as evidencias de que ela ainda existe? A resposta está aqui!

Quando você se deparar com alguém que:
  1.      Faz a verdadeira confissão revelada pelo Pai, mesmo que uma multidão   não concorde com ele;
  2.      Sabe quem de fato é Jesus;
  3.         Resista às portas do inferno e, com a mesma força, as destrói;
  4.      Prega o evangelho condenando o pecado e anunciando a salvação pela graça;
  5.       Têm no evangelho, as respostas para o que Deus proíbe e permite;

Se você encontrar alguém com essas características, então, aí está a igreja de Cristo!

Com amor, Rev. Luiz Ancelmo

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