"EDIFICAREI A MINHA IGREJA!"
“Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os
seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? Responderam
eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou
algum dos profetas. Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? Respondeu-lhe
Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Disse-lhe Jesus:
Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não
prevalecerão contra ela; dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares,
pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado
nos céus. Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o
Cristo”. (Evang. de Mateus 16.13-20).
Aqui, Jesus explica
aos discípulos o que é ser igreja e como ele a constitui.
Suas palavras se
iniciam com uma pergunta: “Quem diz o povo ser o filho do homem?” A resposta vem logo em seguida, no
verso 14. A conclusão que se chega é que o povo, isto é, os ímpios, aqueles que
não são igreja mas pelo contrário, se opõe a ela, não sabe quem de fato é
Jesus. Em seguida ele faz a mesma pergunta, dirigindo-se aos discípulos: “Mas
vós... quem dizeis que eu sou?” Aqui é interessante, porque nós só conseguimos
entender a primeira pergunta quando ouvimos a segunda. O que parece que Jesus quer mostrar é que não
importa o que os ímpios acham dele, mas o que os seus discípulos pensam. Pedro é o primeiro a responder. Não
porque ele é o mais importante de todos ou mais inteligente, mas representando
a todos os demais. Notem que Jesus não faz essa pergunta a Pedro e sim a todos,
usando a expressão “vós”. Pedro dá a resposta que Jesus queria, ele diz: “Tu és
o Cristo...”
Mas, em seguida,
Jesus diz a Pedro que aquela sua resposta não vinha dele mesmo, não era uma
ideia criada pelo próprio Pedro ou pelos discípulos, pois ele diz “... não foi
carne e sangue que to revelaram, mas meu pai, que está nos céus”. A expressão
“carne e sangue” quer dizer “cálculo, cogitação, intuição ou tradição meramente
humanas”, ou seja, o que Pedro acabara de pronunciar não vinha de uma sabedoria
humana e adquirida por uma mente inquiridora, mas vinha do Pai...
Após ouvir a
declaração de fé de Pedro, Jesus explica o que essa declaração significa. No
verso 18, Jesus faz uma espécie de trocadilho com o nome de Pedro e a palavra
“pedra” para dizer uma única coisa: “edificarei a minha igreja...”
Todas as tentativas
de mudar o foco do real propósito de Jesus aqui, como o de tentar explicar o
que ele queria dizer quando fala de Pedro e depois de pedra, é inútil diante da
poderosa frase “edificarei a minha
igreja”.
Sua real intensão
aqui é mostrar como ele pretendia edificar a sua igreja. Primeiramente ele diz
que a sua igreja seria edificada sobre a rocha (pedra). O próprio Pedro, muito
anos depois, nos informa o que significa essa rocha, em 1Pe 2.4-8. Em outras palavras, Jesus está dizendo que a sua igreja
seria edificada através dele mesmo – é por isso que ele chama de “minha igreja”.
Mas a sua igreja
seria edificada sobre um outro fundamento, menor que o primeiro, porém, também criado
pelo pai, que é a declaração de Pedro.
Quando Pedro diz “tu és o Cristo” e
Jesus responde a ele dizendo que quem revelara isso a ele fora o Pai, Jesus
está nos ensinando que a sua igreja também é edificada sobre a confissão
daqueles que seriam essa igreja, ou seja, todos aqueles que o pai revelar.
E ainda no verso 18
ele declara: “... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Em uma
tradução mais literal, diz: “e as portas do Hades não terão poder sobre ela”. As
portas do inferno representam Satanás e suas legiões irrompendo pelas portas do
inferno a fim de assaltar e destruir a igreja. O que temos aqui é uma promessa
da vitória, que se repete reiteradamente, da igreja de Cristo sobre as forças
do mal (Jo 16.33; Rm 16.20; Ef 6.10-13; Ap 12.13-16; 17.14; 20.7-10).
Essas portas do
inferno podem indicar tanto elas vindo contra a igreja como elas não suportando
a força da igreja. Ou seja, quando a igreja se apresenta como tendo sido
edificada sobre Cristo que é a rocha e sobre a confissão que todo crente
verdadeiro profere, revelada pelo pai, ela tanto suporta as investidas do Diabo
como também produz seus próprios ataques contra o inferno.
No verso 19, ele
diz: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus...” Isso significa que a igreja edificada
sobre a rocha e sobre a verdadeira confissão, realiza na terra o que nenhuma
outra instituição pode realizar, isto é, ela pode, pela pregação do evangelho,
tanto abrir as portas do céu (At 2.38, 39; 3.16-20; 4.12; 10.34-43) como
fecha-las (At 3.23) – (Ver também a resposta para a pergunta: “Como é o
reino do céu aberto e fechado pela pregação do santo evangelho?” na Confissão
de Heidelberg, ‘Dia do Senhor 31’, resposta à pergunta nº 84).
“...o que ligares na
terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido
desligado nos céus”. Aqui, “ligar” e “desligar” são termos rabínicos, que
significam proibir e permitir. Ou seja, a igreja fundada e fundamentada sobre a
Rocha, tem, pela Palavra de Deus e desde que ela esteja sempre baseando-se pela
Palavra, o poder de proibir tudo aquilo que é contrário a Deus e sua Palavra,
como permitir que tudo aquilo que emana de Deus e de sua Palavra sejam vividos
e praticados.
CONCLUSÃO:
Foi assim que Jesus fundou (edificou) a
sua igreja. Com todas essas maravilhosas declarações e características de uma
verdadeira igreja, forte e vitoriosa. Mas, onde está essa igreja hoje?
Talvez você me responda: “Em meio a
todos esses escândalos evangélicos, parece difícil enxergar a Igreja de Cristo
entre nós”. E se essa for a sua resposta, eu tenho que admitir que você tem
razão!
A Igreja de Cristo não pode ser isso
que temos visto em nossos dias. O que temos visto hoje não é uma “igreja” que
tem vencido os ataques infernais do Diabo. Muito menos uma igreja que tem, pela
fiel pregação do evangelho, mostrado que está em suas mãos as chaves do reino
dos céus. A igreja de nossos dias não consegue permitir ou proibir, pois é ela
mesma que está fazendo o que não se pode e deixando de fazer o que se deve.
Mas, se Cristo de fato edificou a sua
igreja como ele disse em Mt 16, então ela deve estar por aqui, em algum lugar,
mesmo que escondida entre aquelas que se dizem ser igreja e não são, mas ela
está aqui, ela existe.
Mas, onde podemos encontra-la e quais
são as evidencias de que ela ainda existe? A resposta está aqui!
Quando você se deparar com alguém que:
- Faz a verdadeira confissão revelada pelo Pai, mesmo que uma multidão não concorde com ele;
- Sabe quem de fato é Jesus;
- Resista às portas do inferno e, com a mesma força, as destrói;
- Prega o evangelho condenando o pecado e anunciando a salvação pela graça;
- Têm no evangelho, as respostas para o que Deus proíbe e permite;
Se você encontrar alguém com essas
características, então, aí está a igreja de Cristo!
Com amor, Rev. Luiz Ancelmo
Com amor, Rev. Luiz Ancelmo
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