Uma breve análise bíblica e teológica
sobre o pecado e suas punições.
Já ouvi muitas pessoas
dizerem: “Pra Deus não existe essa história de “pecadinho” e “pecadão”, tudo,
pra Deus, é pecado do mesmo jeito”. Mas, o que a Bíblia fala sobre isso? Existe
diferença de pecados? Todos os pecados cometidos são tratados por Deus de igual
forma? E, como a igreja deve tratar os transgressores nos seus diferentes tipos
de pecados cometidos?
Realmente, a Bíblia nos
ensina que todos os pecados são abomináveis para Deus (Is 59.2). Deus odeia
qualquer tipo de pecado (Sl 45.7). Todos os pecados foram tomados por Jesus para
que pudéssemos ser perdoados e salvos. Jesus não carregou (em nosso lugar) somente
os pecados “mais graves”, e, não foi somente pelos pecados mais “hediondos” que
Jesus foi punido por Deus em nosso lugar, mas por todos os nossos pecados (Is
53.5, 10; 1Co 15.3).
Entretanto, quando Deus
apresenta as suas leis, Ele estabelece graus de punição para os diferentes
“tipos” de pecado que o ser humano comete. Por exemplo, no Antigo Testamento a
punição para quem adulterava era a morte, assim como para os homicidas (Lv
20.10; Lv 24.17; Êx 21.14). Mas, para quem, por exemplo, que cometia o pecado
do roubo ou da extorsão, não era punido com a morte da mesma forma que o
adúltero e homicida (Lv 6.1-4). O nosso Senhor Jesus também parece ter ensinado
algo semelhante quando disse aos fariseus que o pecado da blasfêmia contra o
Pai e o Filho poderiam ser perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo
não há perdão (Mt 12.31).
Até mesmo no inferno, a
Bíblia parece indicar que haverá graus de punição para os condenados, que serão
proporcionais aos pecados cometidos na terra (Lc 12.47,48; Mt 16.27; Rm 2.6). E
aos salvos, a Bíblia parece ensinar que estes também receberão, no céu,
recompensas proporcionais às suas obras na terra (1Co 3.10-15; Ap 20.12; Ap
22.12; Tg 2.22; Mt 25.31-46; Lc 19.12-19; Mt 5.11,12; 6.19-21; Lc 6.35; Mc 9.41).
Isso não significa que ele será salvo por essas obras, por que todos são salvos
pela graça de Deus (Ef 2.8), através do sacrifício vicário de Cristo (Tt 3.4-7),
mas essa recompensa está relacionada ao modo como o salvo respondeu a essa
salvação enquanto esteve servindo a Deus aqui na terra (Fp 2.12).
A igreja parece seguir
critérios semelhantes quando aplica punições para os seus membros faltosos. No
Manual da Igreja Presbiteriana do Brasil, por exemplo, em seu Código de
Disciplina, no capítulo III, Artigo 9º, diz que a disciplina eclesiástica é
aplicada por modos diferentes que vai desde uma admoestação até a exclusão do
membro faltoso. Também no artigo 13º, do mesmo capitulo, o Código de Disciplina
diz que “as penas devem ser proporcionais às faltas...”
Assim, entendemos que,
apesar de todo pecado ser odioso aos olhos do Deus santíssimo e ser suficiente
para condenar qualquer um ao inferno, as consequências dos mesmos são
condicionais às suas gravidades. Dizer que, para Deus, não existe “pecadão” e
“pecadinho” tem a sua verdade, até certo ponto. Entretanto, isso não quer dizer
que as punições serão iguais para todos.
Com
Amor,
Rev. Luiz Ancelmo
Publiquei esse texto no Boletim da IPC, no mês de junho deste ano.
ResponderExcluirGostei muito desse texto, ontem na EBD de nossa igreja falamos sobre isso, expliquei que os pecados não são classificicados no que diz respeito a condenação eterna,mas que existe diferença na esfera terrena com relação aos pecados porém poucos concordaram, esse material vai ser de grande ajuda.
ResponderExcluirabraços.
Olá "Anônimo", que bom que esse texto tenha te ajudado, e muito obrigado por sua visita. Você pode me dizer quem é você? Você pertence a que igreja? Um forte abraço!
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